2009-03-25

Pope in Africa controversy / Polémica do Papa em África

All discussions should be based on complete statements, not on edit sound bytes. I'm posting the complete question and answer that generated the controversy.

Journalist Philippe Visseyrias from France 2:

Your Holiness, among the many ills that beset Africa, one of the most pressing is the spread of Aids. The position of the Catholic Church on the way to fight it is often considered unrealistic and ineffective. Will you address this theme during the journey? Holy Father, would you be able to respond in French to this question?

Pope Benedict XVI:

I would say the opposite. I think that the most efficient, most truly present player in the fight against Aids is the Catholic Church herself, with her movements and her various organizations. I think of the Sant’Egidio community that does so much, visibly and also behind the scenes, in the struggle against Aids, I think of the Camillians, and so much more besides, I think of all the Sisters who take care of the sick. I would say that this problem of Aids cannot be overcome merely with money, necessary though it is. If there is no human dimension, if Africans do not help [by responsible behaviour], the problem cannot be overcome by the distribution of prophylactics: on the contrary, they increase it. The solution must have two elements: firstly, bringing out the human dimension of sexuality, that is to say a spiritual and human renewal that would bring with it a new way of behaving towards others, and secondly, true friendship offered above all to those who are suffering, a willingness to make sacrifices and to practise self-denial, to be alongside the suffering. And so these are the factors that help and that lead to real progress: our twofold effort to renew humanity inwardly, to give spiritual and human strength for proper conduct towards our bodies and those of others, and this capacity to suffer with those who are suffering, to remain present in situations of trial. It seems to me that this is the proper response, and the Church does this, thereby offering an enormous and important contribution. We thank all who do so.



/ This post is bilingual: English (U.S.) and Portuguese (Portugal) /

Todas as discussões devem ser baseadas nas afirmações completas e não em citações fora do contexto. Publico o texto integral da pergunta e resposta que gerou a polémica.

Jornalista Philippe Visseyrias, da France 2:

Santo Padre, um dos maiores flagelos de África é o problema da epidemia de SIDA. A posição da Igreja Católica na luta contra este mal tem sido frequentemente considerada irrealista e ineficaz.


Papa Bento XVI:

Eu diria o contrário. Estou convencido de que a presença mais efectiva na frente de batalha contra o HIV/SIDA são, precisamente, a Igreja Católica e as suas instituições. Penso por exemplo na Comunidade de Santo Egídio, que tanto faz e tão visivelmente na luta contra o S.I.D.A; ou nas Camillianas, só para mencionar algumas das freiras que estão ao serviço dos doentes.

Penso que este problema, o SIDA, não pode ser vencido com slogans de propaganda. Se falta a alma, se os Africanos não se entre ajudarem, o flagelo não pode ser resolvido com a distribuição do preservativo; pelo contrário, arriscamo-nos a piorar a situação. A solução só pode advir de um compromisso duplo: primeiro, na humanização da sexualidade, ou por outras palavras, num renovamento espiritual e humano que traga consigo uma nova forma de proceder uns para com os outros. E em segundo lugar, num amor autêntico para com os que sofrem, numa prontidão – mesmo à custa de sacrifício pessoal - para estar presente aos que padecem. São estes os factores que podem trazer o progresso, real e visível.

Assim, eu diria que o nosso esforço deve ser o de renovar a pessoa humana por dentro, o de dar-lhe força espiritual e humana para uma forma de comportamento justa para com o seu corpo e o corpo do outro; e ainda o de ajudá-la a ser capaz de sofrer com os que sofrem e de estar presente nas situações difíceis.

Acredito que é esta a primeira resposta ao problema do SIDA, que é esta a resposta da Igreja e que, deste modo, a sua contribuição é uma grande contribuição. E estamos gratos a todos os que assim contribuem.

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